24 de jan. de 2007

JORNALECOS: dominação mental e empresa de capitais.

A comunicação de massa em Pindorama ressalta coisas sobre guerras, fotografias vermelhas e manchas em meio aos classificados, marcas de hidratante e receitas de como ser feliz. Acordarmos como que se estivéssemos dormindo, sonhos lindos em lugares limpos e saudáveis tomam o nosso redor. Do caos midiático precipitam anúncios de concurso público e a esperança de que tudo deve mudar. (Viva a mídia!) Com ela tudo tem uma “boa explicação”. Até a miséria humana. Despertamos do sono fisiológico para adentrarmos no fabuloso, no fantástico mundo da mídia, que ecoa como o arauto das boas intenções. Nada se explica, nada se discute, a não ser os bumbuns das moças bonitas das novelas e propagandas de cerveja. Nada sobre a possibilidade que Pindorama tem para ser um país de verdade, ao invés desse arremedo insólito de nação multiétnica embutida de objetivos comuns em torno de um mesmo projeto nacional.

Na província dos Goyasis, por exemplo, a mídia local, aprendiz de feitiçaria dos engenhos Rio-São Paulo, fala sobre a beleza do burgo descolado pelas bandeiras: praças limpas, arborizadas, canteiros de rosas esparramados nas avenidas, meninas com estilo manequim da Revista Brazil e muita música chula confundida com obra de arte em meio ao calor de deserto. As notícias são tão bem vestidas de palavras e imagens que quase acreditamos em tudo que dizem ser feito nos espaços de circulação da província do pequi. Graças ao quarto poder, o poder de comunicação da mídia, como os hodiernos Dyario de la Manhãna, El Populary, Tevî-Ayangueras e outros associados locais. Que vontade que dá de ser amigo da mídia! Tão competente no exercício do seu metier! Podemos lembrar, que enquanto os “novos” déspotas esclarecidos faturavam com os soldos emitidos pela Avestruz Máster, a mídia pequizeira preferiu incentivar o médio populacho a investir economias inteiras num “negócio da china”, com um lucro que seria garantido por um rendimento mensal que chegaria até os incríveis 5% ao mês. Mas ao preferir incentivar a compra de ações, a mídia também optou pelo oposto da sua virtude e, contrariando os princípios do jornalismo ético, deixou de informar as pessoas sobre como aquela empresa organizava seu caixa para poder redistribuir tais rendimentos com os investidores e nem de longe discutiu a origem e os antecedentes da mesma no interior paulista, onde já havia ocorrido o mesmo tipo de golpe financeiro.

Para os donos de jornais, senhores de engenho da comunicação local, déspotas esclarecidos numa terra de gente semi-alfabtizada e sedenta por riqueza fácil, nada se falau sobre os fatos que alguns repórteres encontraram nas visitas in locu; nada sobre o número de aves dentro da empresa, inferior ao número dos registros de posse de aves encontrados com os investidores depois da investigação federal; nada de duvidar dos lucrativos juros superiores aos de quaisquer outros tipos de investimento bancário em Pindorama. Depois da derrocada empresarial, Polícia Federal rondando a cidade, coube apenas anunciar aquilo que todo mundo já estava sabendo, tremendo rombo pra quem comprou ações da empresa. Por que não informar as pessoas, os colaboradores da mídia? Isto é sonegar informação! Com certeza é (também) incentivar o instinto patriótico de enriquecimento fácil, existente desde os tempos em que nossos patrícios mancebos e mal cheirosos pisaram aqui em Pindorama. Mas de que vale tal incentivo? “Ora, se o meu lucro pode ser inevitável, por que impedir que ele aconteça?”, argüiria inteligentemente de si para si um bom senhor de gentes.

N.B.P.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente tenho que agir como um rato, falar como um rato, entrar no buraco de rato, vestir paletó e gravata para ser amigo do rato. Para depois as coisas acontecerem.
Tudo e todos são rotulados, estereotipados.Modernidade, essas pessoas na sala de jantar acreditam que a modernidade é compartilhar de coisas atuais, novas (Ah o novo como é lindo) e o velho? Jogamos fora? Não serve mais?
O que me intriga é que a sala de jantar é muito grande e que talvez quem esteja “atrapalhando” sou eu, que não compartilho da “refeição” oferecida.Aquele luxuoso e extremamente disputado “alpiste pop” Entende?
Talvez eu seja o arco e flecha, tratado como mero artigo decorativo da parede na sala de jantar.
Não compartilho das mesmas atitudes, não me agrada comer um Big Mc nem ver a novela das 8, não como alpiste pop, e também não sou intelectual metido a besta, com mania de grandeza, sou apenas um rapaz latino americano sem dinheiro no bolso acreditando que no fundo em algum lugar devem existir algumas pessoas especiais.Que se fingem de rato, falam de rato, vestem paletós e gravatas, porém não são ratos.Agem como tais pessoas para que possam ser aceitos em um emprego, entre amigos da faculdade, somente convenções sociais.

“Sabonetes existem das mais variadas cores e perfumes, mas a espuma será sempre branca.”

“heróis não existem, heróis morrem loucos, e não ficam carecas e nem viram burocratas”


João Pedro - Aluno da Uninove - Curso de Direito